O ser humano, salvo raras exceções, tem como primeiro mecanismo de análise do "outro", o olhar. É comum, quando conhecemos alguém, deixar-nos levar pelo que vemos. Por conta disso, a humanidade desenvolveu, e ainda desenvolve, maneiras de tornar concreto e tangível aquilo que muitas vezes só encontra valor e sentido no âmbito das idéias, sentimentos e espiritualidades.
Dentre os objetos que trazem consigo um grande significado ideológico, está a aliança. Apesar da própria palavra “aliança” já definir todo seu significado, quero aqui me prender na relação entre o significado e o objeto - anel liso, de ouro ou prata.
Se você tem ou teve um relacionamento sério, você usa ou usou um anel que tinha como função externar a ideia de que você tinha um compromisso com alguém, mesmo que esse alguém não estivesse, em certos momentos, fisicamente próximo a você.
De acordo com o tempo de uso do anel, ele altera a condição de onde está, ou seja, o dedo anelar. Se o uso durou um ano, você provavelmente perceberá uma alteração na tonalidade da pele. Se durou dois anos, você terá uma diferença de tonalidade na pele somada a uma louca mania de ficar puxando e empurrando o anel com o polegar. Se o uso ultrapassou a marca dos três anos, você terá, então, os dois últimos sintomas somados a um leve calo que fica entre a articulação do dedo anelar e a palma da mão. Contudo, a grande questão é: independentemente das condições em que está seu dedo anelar, por conta do uso da aliança, o que o significado dessa aliança, ou seja, o significado deste relacionamento, causou em sua vida?
Como sempre preciso fazer, trago esse exemplo para o lado ministerial, para o Evangelho.
Ao longo da nossa jornada com Cristo, fazemos muitas alianças em nome Dele. Alianças com a igreja, com um ministério, com pessoas e com situações. Participar de uma igreja, ministério, comunidade, ou qualquer outra coisa do tipo, faz com que os que estão ao nosso redor tenham uma idéia de quem somos diante de Deus. Ou, pelo menos, assim como um anel, faz com que os outros olhem para nós e digam: ele tem um compromisso com Cristo.
Assim como um anel, essas alianças também podem marcar sua vida, fazendo você se acostumar com elas e até criando um calo, devido ao longo tempo de uso. No entanto, aqui também deve ser feita uma pergunta que oponha a imagem de sua aliança à essência dela, que é o relacionamento. Ou seja, independentemente de suas alianças ministeriais, como está seu relacionamento com Deus?
Por um instante, tire a sua aliança e sinta sensação de não ter algo no dedo, com o qual você estava tão acostumado. Talvez, você perceba qual o seu verdadeiro sentimento em relação á pessoa que você carrega naquele símbolo de prata ou ouro.
Por um instante, tire seus olhos das alianças que você faz com objetivo de mostrar aos homens que você tem um relacionamento com Deus. Talvez você perceba que precisa voltar ao início e recomeçar de uma nova forma o seu relacionamento com Ele.
Graça e Paz!
Texto por: Léko Fernandes (Juventude na rocha)
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