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Todo mundo busca a felicidade
Ninguém neste mundo jamais odiou sua própria carne no sentido extremo de escolher o que temcerteza que produzirá a maior desgraça. Essa foi a conclusão de muitos grandes conhecedores do coração humano. Blaise Pascal afirmou-a nos seguintes termos: Todas as pessoas buscam a felicidade. Não há exceção para isso. Por mais diferentes que sejam os meios que usam, todos têm esse fim em vista. A razão de alguns fazerem guerra e outros a evitarem é o mesmo desejo, visto de lados diferentes. A vontade jamais dá um passo sequer que não seja nessa direção. Essa é a motivação de toda ação de qualquer pessoa, até das que se enforcam.
Jonathan Edwards vinculou isso à Palavra de Cristo: Jesus sabia que toda a humanidade estava em busca de felicidade. Ele a dirigiu para a maneira correta de alcançá-la e disse-lhe em que precisa se tornar para ser abençoada e feliz.
Edward Carnell generaliza a questão: A ética cristã, recordemos, segue a premissa do amor de cada um por Si mesmo. Nada nos motiva a não ser que apele aos nossos interesses. Karl Barth, à sua maneira efusiva típica, escreveu várias páginas sobre essa verdade. Veja estes trechos escolhidos:
A vontade de viver é a vontade de ter alegria, prazer, felicidade. [...] Em toda pessoa autêntica a vontade de viver e também a vontade de ter alegria. Em tudo o que deseja, deseja e objetiva que também isso exista para ela de algum modo. Ela busca coisas diferentes com a intenção, expressa ou não mas muito definida, mesmo que inconsciente, de conseguir essa alegria. [...] É hipocrisia esconder isso de Si mesmo. E a hipocrisia seria à custa da verdade ética de que deve querer ser feliz, do mesmo modo que deve querer comer, beber, dormir, ter saúde, trabalhar,defender o que é certo e viver em comunhão com Deus e com seu próximo. Quem tenta privar-se dessa alegria, certamente não é uma pessoa obediente.
Um marido, para ser obediente, precisa amar sua esposa assim como Cristo amou a igreja. Isto é, ele precisa buscar sua própria alegria na alegria santa da sua esposa. Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a Si mesmo se ama (Ef 5.28). Isso é claramente a paráfrase que Paulo faz do mandamento de Jesus, extraído de Levítico 19.18: "Ama o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22.39). A idéia popular errada é que este mandamento nos ensina a gostar de nós mesmos para podermos amar os outros. Não é isso que o mandamento significa (veja o Apêndice 3). Jesus não ordena que ame-nos a nós mesmos. Ele pressupõe que o fazemos. Ou seja, ele pressupõe, como disse Edwards, que todos nós buscamos nossa própria felicidade, para em seguida tornar a medida do nosso amor próprio inato a medida do nosso dever de amar os outros:
"Assim como você ama a Si mesmo, ame os outros". Paulo agora aplica isso ao casamento. Ele o vê ilustrado no relacionamento de Cristo com a igreja. E o vê ilustrado no fato de que marido e esposa se tornam "uma só carne" (v. 31): "Os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a Si mesmo se ama". Em outras palavras, os maridos devem empenhar a mesma energia, tempo e criatividade para fazer sua esposa feliz que empenham naturalmente para fazer a Si mesmos felizes. O resultado será que, fazendo isso, tornarão a Si mesmos felizes. Porque quem ama sua esposa ama a Si mesmo. Como a esposa é uma sócarne com seu marido, o mesmo se aplica ao amor dela por ele.
Paulo não está construindo um dique contra o rio do prazer; ele constrói um canal para ele. Ele diz: "Maridos e esposas, reconheçam que, no casamento, vocês se tornaram uma só carne. Se vocês viverem para seu próprio prazer à custa do cônjuge, estarão vivendo contra Si mesmos e destruindo sua alegria. Mas se vocês se dedicarem de todo o coração à alegria santa do seu cônjuge, também estarão vivendo para sua própria alegria e fazendo uma casamento a imagem da relação de Cristo com a igreja.
Por Italo Guimarães
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